Que caminhos a Harmonização Orofacial deve seguir após o término da pandemia ?

A pandemia nos trouxe muitos desafios, e como cirurgiões-dentistas tomamos a atitude de nos preparar com maestria para enfrentarmos este período do ponto de vista de: biossegurança; informação ao paciente; melhorias da estrutura física dos nossos consultórios e/ou clinicas; educação continuada por através de lives de informação e também, como exemplo, por meio de edições em formato digital como nossa revista SIMMETRIA; investimos em formação técnica. Mas o que vem por ai após esse período?

Para alguns colegas, o novo caminho da HOF talvez seja o de aumentar a área de atuação, para outros, seja a pesquisa científica para praticar a clínica baseada em evidência, e há quem pense em criar uma sub especialidade voltada somente a atuação cirúrgica. Qual o melhor caminho?

Decisões certas ou equivocadas irão impactar diretamente no futuro da HOF e nos clientes que procuram a harmonização orofacial, mas sem clientes satisfeitos ou encantados de nada adianta. Talvez o olhar da especialidade deva ser no hoje antes de procurar caminhos para o futuro; o nosso futuro passa por fazer a sociedade entender hoje que a HOF é muito mais do que estética.

A primeira luta foi pela criação da especialidade em 2019, depois veio a luta pela sobrevivência em 2020/2021. E agora, a luta será pelos nossos clientes? Se a resposta é sim, imagine que esses clientes irão sair de um enfrentamento da pandemia machucados, feridos psicologicamente e fisicamente, e que deverão contar conosco para devolver a autoestima e amenizar as cicatrizes na face!

Cicatrizes na face? Como todos sabem, as mulheres são o maior público que nos procura nos consultórios para realizar a HOF, e estas, segundo vários veículos de comunicação e pesquisas, tiveram um aumento da violência doméstica, o que é muito triste e deixa abalada a autoestima feminina e muitas vezes deixarão cicatrizes físicas na face, sim!

Pensando nisso, a SBTI (Sociedade Brasileira de Toxina Botulínica e Implantes Faciais) começou uma campanha em todos os estados para que os colegas associados, coordenadores regionais, delegados da entidade e cursos de especialização em HOF possam fazer o atendimento dessas mulheres vítimas de violência, para que de alguma forma possamos retribuir à comunidade todo o reconhecimento da população brasileira ao trabalho do cirurgião-dentista e que faz HOF.

O apoio contínuo para o crescimento da HOF por esta revista é fato, e sei que em edições futuras você, colega leitor, será contemplado com artigos de relatos de casos clínicos de mulheres que sofreram violência na pandemia e encontraram apoio na HOF para o aumento da autoestima e diminuição das cicatrizes deixadas. Que a HOF escolha o caminho do acolhimento e da inclusão social, e que todos possamos vislumbrar um futuro brilhante.

Kenedy Kuhn